Urso Branco em Manhattan


(24/02/2024) Que lamentável ter de recordar neste início de Crónica uma guerra que começou há dois anos, quando a Rússia decidiu invadir a Ucrânia.

Com que justificação algumas mentes autorizam e patrocinam a morte de tantas pessoas e a destruição de um país?

Como já o escrevi muitas vezes por outros motivos, estes assassinos não se preocupam muito porque sabem que não são imortais, ou seja, nunca serão julgados em vida, podendo cometer todos os tipos de atrocidades, perante a ameaça de ainda fazerem pior, atropelando todos os que se atravessarem à sua frente, eliminando os que não patrocinarem as suas malévolas ideias.

Este espaço é, quase sempre, um espaço de divertimento, mas hoje começa com este grito de revolta, perante setecentos e trinta dias de violência sem qualquer justificação que não seja a sede de poder.

“Boa noite Tio. Outra vez triste?”.

“Boa noite juventude. Não, estava a recordar que hoje é o 2º aniversário da invasão dos russos à Ucrânia”.

“Pois é, ouvi há pouco nas notícias”, afirmou a RODINHAS.

“Uma miséria”, lamentou o OLHA.

“E, infelizmente, acho que não vai terminar tão depressa”, afirmou o ALÉU.

“Vamos ter que viver com esta guerra, mas por aqui queremos paz e bons jogos de hóquei em patins”.

“Vamos a isto Tio, sendo que na quarta-feira tivemos mais um tomba-gigantes na Taça de Portugal”, avançou a RODINHAS.

“Avança com isso miúda!”.

“Na Nova Iorque portuguesa tivemos um daqueles jogos impróprios para a malta que sofre do coração. Os minhotos entraram a vencer, a malta da casa passou para a frente, mas quando parecia tudo resolvido, os forasteiros marcaram por duas vezes no derradeiro minuto dos cinquenta. Já no prolongamento, virou-se o feitiço contra o feiticeiro, sendo os espinhenses a levarem o jogo para os penáltis com um golo nos últimos segundos. Depois na lotaria ou talento, como quiserem, os locais marcaram dois, enquanto que a rapaziada da Cidade dos Arcebispos não conseguiu marcar nenhum”.

“Belo jogo, com uma enorme incerteza até ao fim”.

“Olha lá, porque é que chamam de Nova Iorque portuguesa à cidade de Espinho?”, questionou o ALÉU.

“Muitos pensam que é uma cópia da cidade norte-americana, devido ao facto de as ruas da cidade serem identificadas por números, numa alusão orgulhosa a Manhattan, mas não foi esse o motivo”.

“Cheira-me a politiquice”, brincou o OLHA.

“O teu nariz está bom, pois não andas muito longe. Com a implantação da República em 5 de outubro de 1910, havia que eliminar os vestígios da herança monárquica, sendo que em Espinho, os nomes das ruas foram apagados e ficaram identificadas por números, ao contrário do que é habitual em quase todas as cidades e vilas portuguesas. Ao longo dos anos houve algumas tentativas de voltar a batizar as ruas, mas isso nunca foi avante”.

“Como é a lógica da numeração das ruas?”, perguntou a RODINHAS.

“Nada foi feito ao acaso em janeiro de 1911, pois as ruas e avenidas perpendiculares ao mar teriam números ímpares, de forma crescente, de norte para sul, começando no 1, 3, 5, 7, 9, e por aí fora, já as paralelas ao mar teriam números pares, também de forma crescente, do mar para nascente, arrancando no número 2, 4, 6, 8, 10, e assim sucessivamente.

“Até já fiquei com vontade de ir a essa cidade à beira do Atlântico”, riu-se o ALEU.

“E quando têm que escrever a morada fica mais fácil, pois será Rua 23 ou Avenida 14, por exemplo”, brincou o OLHA.

“Verdade, eu antes de vir para o Alentejo morava na Praceta dos Padrões do Termo de Lisboa, um aborrecimento sempre que tinha que a escrever ou digitar”, sublinhei eu com uma enorme gargalhada. “Bom, deixemo-nos de palhaçada e vamos lá ao Plano de Festas para esta semana”.

“Já te apropriaste desse jargão da malta do hoqueipatins.pt”, afirmou a RODINHAS.

“Eles não se importam. A RODINHAS vai estar atenta à Liga dos Campeões feminina, o AMAGADINHO vai regressar com a Primeirona, esta semana eu fico com a Terceirona, o OLHA vai acompanhar a deslocação da Sanjoanense a Vale de Cambra e o ALÉU a visita do Paço de Arcos a Valado de Frades, jogos da Segundona, não deixando de nos trazerem o enquadramento classificativo após esta 16ª jornada. Estão de acordo?”.

“Estamos!”, confirmaram os três. “Mas também queremos saber o que é que vem do Camponês hoje”, pediram eles.

“Calma, não se enervem. Esta semana, só para vos surpreender, é a Princesa que vai fazer o almoço, um excelente arroz de marisco, que já vos posso dizer que cheira muito bem”.

“Isso assim não vale Tio, já ficamos a salivar”, gozou o OLHA.

“Não querem sofrer, não perguntem”, brinquei eu.

“Até terça-feira Tio e bom apetite”, despediram-se eles.

“Adeus juventude, portem-se bem até lá”.

Hoje já choveu, já fez sol, mas agora esta na hora de nos sentarmos à mesa e desfrutar desta bela refeição.

Esta semana no FORA DO BANCO temos um jovem, que além de ter um nome bué de grande, já passou por aqui como jogador e penso que vai assistir ao Inter-Regiões 2024.  

Nome Completo: Francisco Mário Lopes Rodrigues Pouseiro Ferreira

Clube atual: União Futebol Entroncamento

Idade: 20 anos

Local de Nascimento: Coimbra

Prato preferido: Arroz de pato

Melhor cidade para viver: Neste momento diria Tomar, gosto muito de onde estou atualmente

Livro que está na mesa de cabeceira: Cabeça fria, coração quente – Abel Ferreira

O filme que já viu mais do que uma vez: Creed

Jogou hóquei em patins? Se sim, em que clube(es): Sim, formação toda no Sporting Clube de Tomar, como sénior, até ao momento, no segundo ano no União Futebol Entroncamento

Como/quando chegou a opção de ser treinador: Sempre tive gosto pelo treino e um prazer de ver evolução através do treino, acho que isso foi um dos pontos que me fez querer ser treinador, o facto de ter tido sempre boas relações com os treinadores que tive também foi uma influência para começar este caminho, querer perceber muitas vezes o porquê de realmente os treinadores colocarem certos exercícios… talvez o facto de ter sido capitão em vários anos da formação, me tenha dado alguma capacidade de tentar sempre dar o exemplo dentro e fora de campo… desde cedo (14/15 anos) que tive na ideia que ambicionava ser treinador, lembro-me de muitas vezes, à mão, fazer certos movimentos, para além daqueles que os treinadores diziam que achavam que podiam dar na prática

Clubes/seleções que já treinou: Sporting Clube de Tomar (como estagiário do secundário) e União Futebol Entroncamento, sub-13 (22/23) e sub-15 (23/24)

Mais fácil treinar equipas da formação ou seniores: Acho que não é uma questão de ser mais fácil ou mais difícil, tem a ver também com o gosto do próprio treinador em treinar jovens ou adultos… no meu caso tenho preferência por treinar escalões de formação, pois adoro trabalhar com jovens atletas

Quanto tempo demora a preparar o próximo jogo da sua equipa: No meu caso, mais do que olhar para o próximo adversário, é olhar para aquilo que a equipa apresentou no jogo anterior e ver o que temos de melhorar e continuar a trabalhar em todos os momentos do jogo que estão definidos e identificados na própria equipa. Em termos de tempo diria que o tempo do microciclo, que neste caso são 3 treinos, mais 30/45 minutos de sessão de vídeo quando disponível

Se pudesse, que regra alteraria no hóquei em patins: Na minha opinião acho que não deveria de haver oportunidade, no penálti, do jogador simular, pois dá mais vantagem ao jogador e não protege os guarda-redes

Maior tristeza como treinador: Até ao momento não tenho assim grande tristeza enquanto quando treinador. Tive sim, esta época, não poder contar com um atleta devido a lesão e ver a tristeza dele de não poder jogar e ajudar a equipa, que foi também a minha tristeza

E, claro, a maior alegria: A maior alegria enquanto treinador de jovens é ver a própria alegria com que os atletas se apresentam, seja em treinos como em jogos, e claro ver a evolução que cada atleta apresenta no momento, comparado com aquilo que apresentava no início da época

Para terminar, o que mais o irrita durante um jogo: O que mais irrita durante o jogo é quando sei que a equipa tem capacidade e qualidade para demonstrar mais, mas as coisas não estarem a sair como nós queremos.

(26/02/2024) Após uma semana de folga, o regresso do AMAGADINHO vai ser daqui a pouco.

Será que ele ainda vem mais irreverente, ou chegará mais moderado?

A resposta não tarda, pois ele está a chegar.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite miúdo. Então como correram os testes?”.

“Correram bem, os que já recebi foram boas notas”.

“Muito bem. Já tens ideia do que gostavas de fazer no futuro?”.

“Ainda não pensei nisso, talvez qualquer coisa relacionada com gestão, ou jornalismo, mas não tenho grandes certezas”.

“És muito novo, tens muito tempo para veres isso, mas não facilites nos estudos. Vamos lá olhar para a jornada 18 da Primeirona”.

“Vamos a isso, mas primeiro uma pergunta”.

Já estava a tardar.

“Nesta ronda todas as equipas marcaram golos. Em quantas jornadas isso já aconteceu, contando com esta?”.

“Caraças, essa é das difíceis. Vou dizer nove”.

“Foi quase Tio, foram onze. O jogo grande desta jornada jogou-se no João Rocha, um Clássico que terminou com o único empate desta semana. Os leões dominaram quase toda a partida, já na parte final os forasteiros reduziram para a diferença mínima, com a coisa a apimentar aquando da 10ª falta dos locais, com confusão e discussão, nervos à flor da pele, azuis e um vermelho que levaram o capitão André Girão a sair mais cedo e o capitão Gonçalo Alves a faturar a um minuto e pouco do fim”.

“Girão é um extraordinário guarda-redes, mas já não é a primeira vez que se excede, acabando por prejudicar a sua equipa”.

“Pois, é uma posição muito ingrata, requer nervos de aço, com alguns pingos de loucura, mas concordo contigo. Sobre os outros jogos, todos foram muito equilibrados, vitória dos Brutos dos Queixos numa final pela manutenção, os nabantinos a quase garantirem, pelo menos o 5º lugar, sendo que nenhuma equipa venceu por mais de dois golos de diferença, o que ainda não tinha acontecido esta temporada, com a malta de Oliveira de Azeméis a reforçar a primeira posição”.

“Já percebi que a ALMOFADA não vai ficar por aqui”.

“Exatamente, sem goleada não há prémio, mas fui à procura mais abaixo na hierarquia e já tenho destinatário. Na Parede, a Juventude Salesiana perdeu (8-1), com João Matos a sofrer três golos e a ficar com a ALMOFADA desta semana. Antes da minha meia-dúzia classificativa, mais uma perguntinha para o Tio”.

E eu a pensar que hoje já estava safo.

“Já falámos aqui de um cartão vermelho hoje, já foram mostrados seis esta época, mas só uma equipa viu dois. Sabes qual foi?”.

“Não sei, mas vou arriscar no Riba d’Ave, pois lembro-me que era a única formação que tinha um”.

“Verdade, mas já foi ultrapassada pelo Murches, que já teve dois jogadores a receberem ordem de expulsão. Vamos então à minha classificação, o Carvalhos não vai dar hipótese este ano, lidera com 6 pontos, 2º lugar para o Turquel (14), seguidos do Famalicense (20), HC Braga (21), Riba d’Ave (21) e no 6º lugar está o Murches (25). Até para a semana Tio”.

“Adeus AMAGADINHO, até segunda-feira”.

Confesso que pensei que hoje fosse pior, apesar de ele ter saído com um sorriso vitorioso.

(27/02/2024) Se me pareceu que o mês de janeiro demorou muito mais que os 31 dias do calendário gregoriano, este fevereiro, com um dia extra, está a passar a voar.

Porque será que há meses que parece que estão inflacionados e outros deflacionados?

Depois de escrever estas palavras iniciais, fiquei a pensar na possível explicação para tais sensações, mas penso que tem a ver com o dinheiro que temos na carteira. Em dezembro gasta-se mais, pelo que o primeiro do ano nunca mais acaba.

Depois deste momento de desinteressante parvoíce, que me pareceu ser só para encher o texto de caracteres, vamos lá receber o trio maravilha que está mesmo a chegar.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite juventude. Tudo em altas?”.

“Sim, está tudo bem. Sabias que hoje é o Dia Internacional do Urso Polar?”, questionou a RODINHAS.

“Por acaso não sabia”.

“Este dia tem como objetivo alertar para o perigo de extinção deste animal, que é uma espécie protegida desde 2001, estimando-se que só existam 25 mil ursos polares em todo o Mundo. São os maiores ursos existentes, podem atingir 2,7 metros de altura, tratando-se de uma espécie animal vulnerável, já que enfrenta a ameaça da perda do seu habitat natural, fruto do aquecimento global e do degelo do mar”.

“As coisas que esta miúda sabe!”, gozou o OLHA. “Eu sei que não se pode ter animais selvagens em casa, mas eu gostava muito de ter um pinguim”, riu-se ele.

“Mas para isso precisavas de ter uma arca frigorífica gigante”, explicou o ALÉU com uma sonora gargalhada. “Por acaso também gostava de ter um animal mais esquisito, talvez um suricata”, referiu ele.

“Acho que deves ter visto muitas vezes o Rei Leão”, brincou a RODINHAS. “Eu não sou tão ambiciosa, pois gostava de ter um burro, mas num apartamento é complicado”, explicou ela.

“Mas quem sabe se um dia não tens uma casa com um espaço grande e podes tê-lo? A minha Princesa também gostava de ter um, mas a minha grande ambição, como gosto muito de cães, era ter um São Bernardo”.

“Mas tens aí espaço para teres um!”, afirmou ela.

“O problema nem é o espaço, são as temperaturas altas que existem por aqui, o que faria sofrer muito o animal, pois ele tem uma estrutura física para viver no frio”.

“Para concretizares esse sonho, tens que ir morar para a Suécia, por exemplo”.

“Uma boa ideia, mas só se me sair o Euromilhões. Regressemos à terra, para irmos até aos nossos jogos desta semana, com a RODINHAS a dar a sticada de saída”.

“Sim Tio, estive de olho na 5ª jornada da Liga dos Campeões feminina, o Benfica começou em Vila-sana a vencer, mas permitiu a reviravolta no marcador nos últimos segundos do jogo, adiando tudo para a última jornada, sendo que precisa de vencer o Patín Fraga, na Luz – no dia das eleições – único resultado que apura as encarnadas neste grupo A, pois apesar de ficarem as três formações com os mesmos pontos, o desempate entre a diferença de golos deixa de fora o Vila-sana. No grupo D o Stuart Massamá perdeu em casa com a vice-campeã espanhola, mas já tinha garantido o apuramento na jornada anterior. Em resumo, estão seis equipas apuradas à espera das duas do grupo A”.

“Vai ser uma verdadeira final a 10 de março. Vou já despachar a minha parte, eu que estive de serviço à Terceirona. Começo pela série A onde o Limianos continua de vento em popa, mas na luta pelo 2º lugar, o Marco ultrapassou a equipa B do OC Barcelos, na B tudo na mesma, com OH Sports e Vila Boa do Bispo nos dois primeiros lugares, na série C a rapaziada de Alcobaça lidera, com uma luta entre várias equipas pela 2ª posição onde está atualmente o Tojal, já na série mais a sul, Marítimo de Ponta Delgada e Sporting B venceram e são os dois primeiros classificados, com os açorianos a terem 10 pontos de vantagem, mas mais dois jogos que os jovens leões. Está na altura de ouvirmos o que tem para nos contar o OLHA”.

“Vamos lá a isto, eu estive no Municipal de Vale da Cambra onde jogava o líder da Segundona a norte, eles entraram muito fortes, os cambrenses reagiram, criaram alguma incerteza já perto do fim, mas os sanjoanenses explicaram porque são nesta altura o principal candidato à subida, sendo que na luta pela 2ª posição a malta de Viana do Castelo tropeçou em casa, mas mantém o lugar de liguilha”, terminou ele.

“De norte para sul, o ALÉU assistiu a um belo jogo em Valado de Frades”.

“Exatamente, uma partida em que se aplica perfeitamente aquele jargão do jornalismo, um jogo com duas partes distintas. Entrada a pés juntos da malta da casa, recuperação dos rapazes da linha, mas que chegaram ao intervalo com dois golos de atraso. Na segunda metade só os pupilos do Peca Peca conseguiram acertar com a baliza, conseguindo uma vitória preciosa, nesta zona onde temos vários galos para dois poleiros”.

“Verdade, a sul parece-me que há mais candidatos do que a norte, recordando sempre que os bês do Benfica, que seguem na frente da tabela, não podem subir de divisão. E pronto, mais uma semana fechada e no sábado estamos de regresso às nossas conversas. Beijos e abraços”.

“Adeus Tio, tudo a dobrar para ti”.

Não sei se já vos disse, mas vou ter muitas saudades destes jovens.

Mas vamos ao que interessa, foi em Nafarros que tivemos treze golos, com destaque para os guarda-redes da formação da casa, Daniel Calhau (9) e João Martinho (1).

Por acaso, na sequência do espaço anterior, O VELHO desta semana também vai enfeitar a casa de um guarda-redes.

Tudo aconteceu há uma semana, oitavos de final da Taça de Portugal, quando um jovem internacional português, de 40 anos, defendeu todas as grandes penalidades no desempate final.

Digam lá se o Ricardo Silva (AA Espinho) não merece este destaque?

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