Trabalho, Emoção e Amor


(29/04/2023) Faz amanhã um ano que a juventude me surpreendeu com um “Parabéns” no arranque da nossa conversa. Alertados pela Princesa, eles souberam que nós festejávamos o nosso ajuntamento a 30 de abril.

Surpreenderam-me, fizeram-me lacrimejar, mas o que eles não sabiam em 2022 – nem eu – é que 365 dias depois tínhamos novidades importantes.

A primeira aconteceu com o nascimento do Francisco, sendo que na sequência desse facto, pela primeira vez em trinta e quatro anos, não passámos esse dia lado a lado.

Sempre celebrámos esta data como o nosso casamento, que se concretizou quatro anos mais tarde, mas neste caminho longo e com muitas dificuldades, sempre fomos encontrando tempo para o festejarmos como ele merecia.

No dia zero, o jantar de abertura das nossas hostilidades foi em Vialonga, no Lavagante Azul, na altura ainda no centro da vila. Depois ele deslocalizou-se, mas mantivemos esse ritual, enquanto os euros – que, entretanto, substituíram os escudos – foram chegando para a brincadeira.

Depois de alguns anos mais formais, quando chegaram as bodas de prata, resolvemos festejá-las de forma diferente, neste caso além-fronteiras. A escolha recaiu na capital italiana, em 2014, sendo que nos dois anos seguintes mudámos de país, com Barcelona e Madrid a serem as escolhas. Tão entretido que estava nestas reflexões, que nem me apercebi que eles já estavam por cá.

“Bom dia Tio”, saudaram-me eles em tom alto.

“Boa tarde juventude, bolas que até me assustei”.

“Estavas a pensar na Princesa!?”, tentou adivinhar a RODINHAS.

“Não diretamente, mas sim, estava a pensar no nosso aniversário de amanhã”.

“Não te vamos parabenizar antecipadamente, pois dizem que dá azar, mas desta vez não vão trocar beijinhos no dia de amanhã”, brincou o OLHA.

“Pois não. Enquanto esperava por vocês estava precisamente a pensar nisso, pois pela primeira vez não estamos juntos neste 30 de abril. Mas acaba por ser o normal ciclo da vida, com o nosso primeiro neto a condicionar essa comemoração. Mas fiquem descansados que vamos celebrar este dia quando a Princesa regressar. Bem, vamos deixar-nos de lamechices e vamos ao trabalho. No fora da caixa de hoje, lanço um desafio, neste sábado que é o Dia Mundial da Dança. Quem de vocês é um bom dançarino?”.

Eles olharam ou para o outro e a RODINHAS avançou.

“Eu Tio. Sempre gostei de dançar, quando aprendi a patinar segui para a sua versão artística, mas também tenho um amigo com quem fazemos danças de salão”.

“Eu sou um pé de chumbo”, riu-se muito o ALÉU.

“Exatamente como eu”, gozou o OLHA, “Tenho dois pés esquerdos”.

“Eu sou melhor, pois tenho três”, sublinhei com uma enorme gargalhada. Para me porem a dançar, tenho que já ter ingerido uns copos, até porque nessa altura posso pisar o meu par e nem dou por isso”.

“Não dançaste no 30 de abril de 1989?”, perguntou a RODINHAS.

“Nada, muita brincadeira, mas nada disso”.

“Ok, já percebemos Tio”, referiu o ALÉU.

“Vá lá juventude, dancei no dia do nosso casamento, mas isso foi só em 1993, pois no último dia de abril havia outros assuntos para esclarecer”, finalizei eu, com um pequeno rubor na face. “Já chega de falarmos do passado, vamos lá ao presente. Eu proponho que esta semana a RODINHAS fique com a Liga dos Campeões feminina, o OLHA vai olhar para a Taça de Portugal masculina, enquanto que eu e o ALÉU ficamos com liberdade para falar do que quisermos”.

“Posso dissertar sobre futebol?”.

“Então ALÉU, onde fica tua a responsabilidade?”, questionei com ar sério.

“Estava a brincar Tio. Prometo já que vou falar do jogo, fora das vossas competições, que tiver menos golos nas competições nacionais”.

“Parece-me uma boa abordagem. Bem vou tratar do almoço, pois a Princesa não está cá, mas o Ricardo veio reforçar a equipa… para comer!”.

“Dá-lhe um abraço”, despediram-se os miúdos.

“Beijos meus”, finalizou a RODINHAS.

“Já lhe vou dar as vossas saudações, quando ele acordar. Até terça-feira”.

Eles desapareceram rapidamente e eu fui tratar do almoço, que hoje vem do Camponês, um magnífico choco frito.

Antes, vou pôr a mesa.

Hoje no FORA DO RINQUE temos um jovem atleta canhoto – já Pai – que me obrigou a ir ao Google descobrir onde ficava aquela cidade estrangeira.

Nome Completo: Bernardino Tiago Quintas Vilaça

Clube atual: CD Póvoa

Alcunha (se tiver): Vilaça

Idade: 23 anos

Local de Nascimento: Póvoa de Varzim

Clube estrangeiro futebol: Barcelona

Jogador português futebol: Cristiano Ronaldo

Jogador estrangeiro futebol: Enzo Fernández

Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: Miguel Oliveira (motociclismo)

Prato: Francesinha

Sobremesa: Tarte de bolacha com gelado

Bebida: Coca-Cola

Filme: Velocidade Furiosa

Ator: Dwayne Johnson

Atriz: Rita Pereira

Série televisiva: Inspetor Max

Livro: Não tenho

Cidade portuguesa: Póvoa de Varzim

Cidade estrangeira: Mississauga (Canadá)

Animais de estimação: Cão

Jogo de computador/consola: FIFA

Hobbies: Passear

Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Futebol

Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: O momento em que estávamos a perder por 6-1 ao intervalo, no último jogo que nos dava acesso ao Nacional, marquei o 7-7 que nos permitiu ganhar o jogo, com um livre direto a 3 segundos do fim, vitória que nos garantiu o apuramento.

(2/05/2023) O Ricardo vai-se embora hoje, continuando a sua semana de férias no acompanhamento – com o Benfas – da Liga dos Campeões masculina, de que falaremos na próxima semana, enquanto que a Princesa está quase de regresso a Oriola.

Confesso que não me aborrece estar sozinho, pois tanto o Pablo, como o Pizzi, estão permanentemente comigo, mais o mais novo que não deixa uma mosca passar ao lado da porta, mas depois de estarmos trinta e quatro anos lado a lado, as saudades chegam rapidamente.

Há um ano falámos por aqui do Dia do Trabalhador, que nasceu em Chicago, nos Estados Unidos da América, quando por essa altura um dia de trabalho diário chegava a atingir as 17 horas. Nesse 1º de maio de 1886 foi iniciada uma greve com o objetivo de obter melhores condições laborais, principalmente a redução do horário para oito horas diárias. Para não nos repetirmos este ano, fui em busca de um outro tema, mas não me ocorreu nada. Como estava a chegar a hora combinada para a nossa reunião, resolvi que o fora da caixa de hoje fossem eles a escolher.

O portátil começou a cintilar e pouco tempo depois já tinha os três no monitor.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite juventude. Tudo a correr bem?”.

“Cinco estrelas”, afirmou o OLHA.

“Ainda por cima um fim de semana alargado, foi uma maravilha”, riu-se o ALÉU.

“Até deu tempo para fazer um bocadinho de praia”, informou a RODINHAS.

“Isso é que não. Voto contra, mas respeito esse vosso gosto por serem croquete. Alguém tem algum assunto para falarmos antes de irmos ao hóquei?”.

“Acho que foi no sábado que vi na televisão que tinha chegado uma Romaria a Viana do Alentejo. Já moraste lá, não foi?”, questionou o OLHA.

“Morámos lá quinze meses, depois de cinco em Cabeça de Carneiro”.

“Isso fica onde?”, quis saber o ALÉU.

“Pertence ao concelho do Alandroal, uma pequena aldeia, ainda mais pequena que Oriola, muito perto da fronteira com Espanha. Recordo-me que por lá, no telemóvel, surgiam várias operadoras espanholas”.

“E viste alguma vez a Romaria?”, perguntou a RODINHAS.

“Vimos uma vez em 2019. Já que tocaram no assunto, aproveito para vos explicar a origem desta Romaria a Cavalo. Tudo começou no século passado quando os lavradores da Moita do Ribatejo vinham até Viana ao Santuário de Nossa Senhora D’Aires com os seus animais, para serem benzidos e para pedirem boas colheitas”.

“Realiza-se todos os anos?”, questionou o OLHA.

“Atualmente sim, depois de um interregno de mais de setenta anos, realizando-se no quarto domingo de abril, sendo que este ano é a 21ª edição. Os romeiros partiram da Moita no dia 26 e chegaram a Viana do Alentejo no sábado, depois de percorrem os 150 quilómetros que separam as duas vilas. Depois no terreno onde fica o Santuário realizam-se muitas atividades musicais e culturais, culminado com uma Missa Campal no domingo”.

“Eu vi que era muita gente a cavalo, charretes e outros meios de transporte”, explicou o OLHA.

“Na partida estiveram cerca de 200 cavalos que vem de todo o país e até do estrangeiro, tendo chegado cerca de 400 pessoas. Um dia havemos de combinar e vocês vêm até cá para verem a chegada da Romaria”.

“E a Princesa pode fazer um cozido à portuguesa, que ela faz muito bem”, brincou a RODINHAS.

“Ótima ideia”, exclamei eu.

“Está tudo a correr bem lá por Cullera?”, perguntou o ALÉU.

“Tudo bem, o Francisco está a crescer dia a dia e já palra com a Avó”.

“Ele que tem seis Avós”.

“Exatamente, o que quer dizer que ainda vai ser mais mimado do que o normal. Bem, vamos lá deixar o meu neto para irmos até ao rinque. Quem quer começar hoje?”.

“Hoje posso ser eu”, avançou a RODINHAS. “Caraças, também desta vez o caneco não ficou por cá. Estavam em maioria as equipas espanholas na Liga dos Campeões e apesar das encarnadas jogarem em casa, não conseguiram chegar à final porque sofreram um golo a trinta e cinco segundos do fim… faz parte. Depois no jogo decisivo foram as miúdas de Gijón que foram muito superiores, justificando a vitória, elas que já tinham derrotado as detentoras do título no sábado”.

“Já agora explica-me lá uma coisa”, interrompeu o ALÉU. “Como se chama mesmo a equipa?”.

“Pois, já sei porque estás a perguntar isso. A equipa chama-se Telecable HC, apesar de em alguns sítios surgir, erradamente, como Gijón HC. Já agora deixa-me acrescentar que na formação vencedora joga a Ana Catarina Ferreira, jogadora que na época passada jogava no Sporting, que também fez a festa da vitória. Quem se segue?”.

“Agora é a minha vez”, começou o ALÉU. “Prometi que ia analisar o jogo que tivesse menos golos e encontrei um no Lordelo do Ouro, local onde joga o histórico Infante de Sagres. Num jogo de sub-13, os putos de Oliveira de Azeméis conseguiram vencer com apenas um golo nos trinta e seis minutos de jogo”.

“Quase que tínhamos um nulo, como gosto de destacar, mas eu, que também tinha liberdade para escolher um jogo, fui até ao pavilhão do Murches – casa do Benfica – para assistir a um derby de sub-13. Os pequenos leões estiveram sempre melhor, nunca perderam o controlo dos acontecimentos, as águias em crescimento conseguiram equilibrar a partida, mas a vitória sorriu ao Sporting, sendo que um jogo entre as duas equipas da Segunda Circular é sempre apaixonante”.

“Sem dúvida! Mas os três jogos em Tomar, na final a quatro da Taça de Portugal, foram espetaculares”, afirmou o OLHA. “Foram três emocionantes partidas, onde as duas equipas verdes-e-brancas chegaram a uma final que teve tudo. Emoção, incerteza, prolongamento e penáltis que acabaram por decidir que o vencedor fizesse a festa em casa”.

“Uma final que até teve VAR”, afirmou a RODINHAS.

“Não é VAR, é SRV, Sistema de Revisão de Vídeo”, corrigiu o OLHA. Achei uma boa ideia, mas uma final que durou mais de duas horas e meia, não será uma boa ideia para as operadoras televisivas, acho eu”.

“Concordo totalmente, mas estamos numa fase experimental, a necessitar de acertos. Juventude, está na altura de irmos descansar, sendo que no sábado estamos de volta”.

“Exatamente Tio, bom descanso e beijos à Tia”.

“Muito obrigado, ela na sexta-feira já está de regresso a Oriola”.

Depois de eles saírem da minha vista, fui arrumar a roupa para a caminhada de amanhã.

Bem pela fresquinha.

Foi no quintal do Alenquer e Benfica que tivemos a SACADA desta semana, com dezasseis golos marcados na partida frente ao Sporting, com destaque para os guarda-redes da casa Rafael Falcão (10) e Miguel Jerónimo (3).

Esta semana vamos ter O VELHO em duplicado.

Mais dois troféus atribuídos, no feminino tivemos uma vitória clara das miúdas de Gijón, com destaque para a espanhola Sara Roces, fundamental no fim de semana com oito golos marcados.

Na casa dos Templários, ficaram mais felizes os nabantinos numa final decidida nas grandes penalidades, com o golo decisivo a ser marcado por Filipe Almeida.

Para a Sara e para o Filipe vão as duas distinções desta semana.

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