A Sétima Arte dos Cotonetes


(22/06/2024) Olhar para o calendário e não encontrar por lá algo impactante, deixa-me logo preocupado.

Numa altura em que as Crónicas estão a terminar – esta será a penúltima desta temporada – ainda não tenho a certeza se elas vão regressar.

Como já referi por aqui mais que uma vez, os três jovens que me têm ajudado vão partir para outra, deixando de ter tempo para esta colaboração.

Durante as férias do hóquei em patins vou refletir sobre o assunto, tentar encontrar alguém que os possa substituir, para perceber se este espaço continua a ter patins para seguir em frente.

Regressando ao vigésimo segundo dia de junho e centésimo septuagésimo quarto do ano – porque 2024 é bissexto – descobri que a atriz Meryl Streep faz hoje 75 anos.

Confesso que nunca gostei muito dela, mas reconheço que fez grandes papéis em filmes que ficaram na memória de todos os que gostam de cinema, pelo que fiz um estudo exaustivo sobre a sua carreira.

Ela é recordista de nomeações para os Óscares, vinte e uma no total, dezassete como atriz principal e as outras como secundária, venceu a categoria principal por duas vezes com A Escolha de Sofia (1982) e A Dama de Ferro (2011), sendo que a terceira estatueta – a sua primeira – foi em Kramer vs Kramer (1979), como atriz secundária.

Mas eu fui mais longe e tentei descobrir dez dos seus melhores filmes, que não tiveram direito a Óscar, sendo que depois de muitas horas de trabalho cheguei a estes títulos, organizados por ordem cronológica: África Minha (1985), A Morte Fica-vos Tão Bem (1992), As Horas (2003), O Diabo Veste Prada (2006), The Post (2008), Mamma Mia! (2008), Dúvida (2009), Simplesmente Complicado (2010), A Dama de Ferro (2012), Álbum de Família (2013) e Não Olhe Para Cima (2021).

Fechada a porta do cinema, vamos abrir aquela por onde vai entrar a juventude.

“Bom dia Tio”.

“Bom dia juventude”.

“Será que vamos sofrer hoje com a Turquia como aconteceu com a Chéquia?”, questionou a RODINHAS.

“Como estamos perto da vossa despedida, eu vou ser tolerante e deixar-vos falar um bocadinho de futebol”, ri-me eu.

“O Tio é um querido!”, exclamou ela.

“Obrigado pelo piropo. Eu acho que vai ser mais fácil, porque acredito que os turcos não sejam tão defensivos”, afirmei eu.

“Mas espero que o Martínez não invente de novo”, afirmou o OLHA.

“Cá para mim ele pode inventar um bocadinho… desde que nós ganhemos”, explicou o ALÉU com uma enorme gargalhada.

“Fora da caixa encerrado, chegou a vez da RODINHAS explicar o nosso Plano de Festas”.

“Já está aqui tudo elaborado. Ontem começaram as finais a oito de sub-19 e sub-15 masculinos, que realizam na Parede e Torres Vedras, respetivamente, com o Tio a ficar com elas, a Feminona vai dar trabalho ao OLHA, eu fico com a luta pela subida à Segundona, enquanto que o ALÉU vai focar-se no título de campeão da Terceirona, sendo que depois disto só falta sabermos o que é o almoço hoje em Oriola”, riu-se ela.

“Hoje ele vem do Camponês, um cabrito assado no forno”.

“Ui, gosto tanto”, quase se babou o OLHA.

“Não se esqueçam que para a semana vêm os três a Oriola, mas combinamos os pormenores na terça-feira”.

“Combinado, grande abraço Tio”.

“Abraço”.

Cada um deles já deve estar a fazer uma lista do que querem comer por cá.

No último FORA DO RINQUE desta temporada temos mais um emigrante, que podia ter sido ciclista, ou não tivesse ele nascido perto da terra de Joaquim Agostinho.

Nome Completo: Pedro Miguel Barbosa Chambell

Clube atual: SCRA Saint-Omer, França

Alcunha (se tiver): Não tenho

Idade: 30 anos

Local de Nascimento: Torres Vedras

Clube estrangeiro futebol: Real Madrid

Jogador português futebol: Cristiano Ronaldo

Jogador estrangeiro futebol: Messi

Jogador de outra modalidade, português ou estrangeiro: Roger Federer

Prato: Carbonnade Flamande

Sobremesa: Baba de Camelo

Bebida: Café

Filme: Top Gun

Ator: Tom Cruise

Atriz: Angelina Jolie

Série televisiva: Reina du Sur

Livro: Harry Potter

Cidade portuguesa: Porto

Cidade estrangeira: Milão

Animais de estimação (quais e nomes): Cadela – Thea

Jogo de computador/consola: FIFA

Hobbies: Viajar

Outra modalidade desportiva, se não fosse o hóquei: Ciclismo

Aquele momento ou jogo, de hóquei, que nunca vais esquecer: Campeonato do MundoSan Juan 2022.

(24/06/2024) Apesar de ele estar de férias, mantivemos o horário noturno, pois eu sei que esta malta jovem, quando não há aulas, só gosta de se levantar para almoçar, de preferência quando o meio-dia já vai longe.

Pontualmente ele chegou para falarmos da final da Primeirona.

“Boa noite Tio”.

“Boa noite AMAGADINHO. Boas essas férias?”.

“Para já muito descanso, ver o Europeu e seguir como muita atenção os jogos decisivos da Liga portuguesa de hóquei em patins”.

“Assim é que é, quando queremos temos tempo para tudo. Sem querer ser spoiler, ainda não temos campeão”.

“Pois não”, riu-se o miúdo. “O jogo 2, na Luz, foi mais desequilibrado do que o primeiro, que precisou de prolongamento, até foi o FC Porto que começou na frente, mas depois o Benfica controlou a partida, a meio da segunda parte voltou a ter só um golo de avanço, mas rapidamente chegou a uma vantagem tranquila. No Dragão – jogo 3 – tivemos um jogo semelhante ao anterior, os da casa sempre na frente no marcador, o Benfica não conseguiu aproveitar as bolas paradas, pelo que na quarta-feira (18:00) podemos ter campeão na Luz, caso o FC Porto consiga fazer o que ainda não conseguiu desde as meias-finais, ou seja, vencer fora do seu reduto”.

“Uma coisa é certa, quando falarmos para a semana já terá havido festa”.

“E a despedida desta temporada da Primeirona. Abraço Tio”.

“Grande abraço miúdo”.

Será que ele estará disponível para a próxima época?

(25/06/2024) Como vão perceber daqui a pouco, esta semana estou virado para a cinematografia, também conhecida pela sétima arte.

Mas porque é que chamam ao cinema 7ª arte?

Fui investigar e descobri que a numeração das artes refere-se ao hábito de estabelecer números para designar determinadas manifestações artísticas.

O termo sétima arte, usado para designar o cinema, foi estabelecido por Ricciotto Canudo no Manifesto das Sete Artes, publicado em 1923, com a seguinte hierarquia das artes: 1ª Arte – as Artes Sonoras (som), 2ª Arte – Artes Cênicas (movimento), 3ª Arte – Pintura (cor), 4ª Arte – Escultura (volume), 5ª Arte – Arquitetura (espaço), 6ª Arte – Literatura (palavra) e a 7ª Arte – Artes audiovisuais (audiovisual).

Toda esta explicação para falar de Sydney Lumet, realizador norte-americano que nasceu há precisamente 100 anos (25/06/1924) em Filadélfia, conhecido por ser um dos mais prolíficos realizadores da era moderna do cinema, tendo feito mais de um filme por ano desde sua estreia em 1957, tendo dirigido mais de cinquenta filmes, entre eles Doze Homens em Fúria (1957), Serpico (1973), Um Dia de Cão (1975), Escândalo na TV (1976) e Antes Que o Diabo Saiba Que Morreste (2007), foi nomeado cinco vezes pela Academia, mas nunca ganhou uma estatueta dourada de melhor realizador, tendo sido distinguido, finalmente, em 2005 com um Óscar honorário.

Olhei para o relógio, ainda faltavam alguns minutos para eles chegarem, pelo que continuei a vasculhar neste dia, e ainda bem, pois descobri um dia bem palerma, mas, bem vistas as coisas, já há datas para tudo e umas botas.

Não se sabe ao certo a origem ou a história sobre a criação do Dia do Cotonete, mas acredita-se que o seu propósito seja chamar atenção particular para os cuidados com os ouvidos e com a saúde auditiva, no entanto é importante conscientizar as pessoas sobre o modo correto de fazer essas limpezas, pois se usar incorretamente o cotonete, podemos ferir os ouvidos e provocar infeções, irritações ou inflamações no aparelho auditivo.

Por isso é que meu otorrinolaringologista – gosto muito desta palavra – dizia que “a única coisa que se deve meter nos ouvidos são os cotovelos”.

Cotonetes arrumados na caixinha, está na hora de receber a juventude.

“Boa noite Tio”, berraram os três.

“Boa noite pessoal, está tudo bem?”.

“Claro que sim, depois daquele banho que demos nos turcos”, riu-se a RODINHAS.

“Há o banho turco, mas desta vez foi um bem luso”, brincou o OLHA.

“Foi uma vitória tão fácil que até fiquei com saudades do jogo com a Chéquia”, ironizou o ALÉU.

“Chega de futebol, vamos lá até ao hóquei e começamos já por ti”.

“Como era expectável já temos campeão na Terceirona a uma jornada do fim, bastava um ponto ao OH Sports, mas a equipa de Oliveira do Hospital fez a festa em casa após a vitória frente aos açorianos do Marítimo, restando agora saber quem vai ser o vice-campeão, com as três equipas com possibilidades”, finalizou ele.

“Parabéns aos campeões! Vamos lá perceber como está a situação em relação à subida à Segundona”. 

“Tem sido uma luta intensa a quatro, mas a uma jornada do fim o Sporting B garantiu a subida de divisão, depois de ter derrotado em Sacavém a malta de Marrazes, já relativamente ao outro lugar de promoção, ele fica guardado para o derradeiro dia, sendo que o Sporting de Torres, que perdeu em casa com o Lavra, está fora da corrida, pois num possível empate a três, fica no último lugar, pelo que vai subir uma equipa que começa pela letra L, Lavra ou Leiria e Marrazes”, concluiu a RODINHAS.

“Está na altura de irmos até à Feminona onde já temos finalistas. OLHA, diz-nos lá quem são?”.

“Já te digo, mas ficas já a saber que vamos ter uma final inédita. Nos jogos das meias-finais o Benfica goleou em casa no jogo 2, depois de grandes dificuldades para vencer em São João da Madeira, já na outra meia o Turquel conseguiu empatar a eliminatória – no sábado – apesar do Académico da Feira ter estado inicialmente na frente do marcador, enquanto na negra – no domingo – também na Aldeia do Hóquei, as miúdas da casa entraram determinadas, chegaram aos três golos de vantagem a seis minutos do fim do jogo, mas as suas amigas da Feira acreditaram na reviravolta e conseguiram levar o jogo para prolongamento, estiveram de novo a perder, mas dois livres diretos de Sofia Reyes levaram as cachopas da Feira para a primeira final do clube nesta prova”.

“Que jogo espetacular! Para fechar vamos lá olhar para os mais novos, na final a oito dos sub-15 a Oliveirense foi mais forte que o Benfica, jogo com poucos golos e muito equilíbrio que só foi resolvido no prolongamento, já nos sub-19 os encarnados também estiveram presentes na final, mas aí fizeram a festa, numa partida onde o Valongo esteve na frente até aos minutos iniciais da segunda parte, altura em que o Benfica disparou para a vitória. De hóquei estamos falados por esta semana, vamos lá então combinar o encerramento de mais uma temporada das Crónicas, a última para vocês”.

“Já estamos com saudades, mas a vida é assim”, afirmou o OLHA.

“Podemos escolher a ementa?”, perguntou a RODINHAS.

“Eu não quero sardinhas”, informou o ALÉU.

“Lá está o menino esquisitinho”, gozou ela.

“A ementa, atendendo aos gostos de cada um, depende do que houver no Camponês no sábado e domingo, além da disponibilidade financeira sempre muito importante nos dias que correm”, ri-me eu. “Eu vou buscar-vos, como é hábito, a Vila Nova da Baronia no sábado de manhã, venham no comboio das 9:52 horas no Oriente, depois regressam na segunda-feira de manhã, isto porque já não há aulas nesta altura, só exames. Estão de acordo?”.

“Um espetáculo! Até sábado Tio!”, exclamaram os três.

“Adeus juventude”.

Eles saíram a cantar, sendo que daqui a pouco cada um vai mandar-me uma mensagem a meter uma cunha para a ementa.

Cruzámo-nos o ano passado na Mealhada, onde venceu o Inter-Regiões, este ano voltámos a conversar em Tomar, mas nessa altura nenhum de nós sabia que ele ia marcar os golos que daria o título nacional de sub-15 à sua equipa nesta época.

Para o Martim Oliveira (Oliveirense), Tim para os amigos, vai O VELHO desta semana.

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