(7/06/2025) Nesta busca semanal, por vezes insana, para encontrar assunto para entreter a meia-dúzia de pessoas que leem as Crónicas, descobri que há 26 anos morreu aquele que foi, na minha opinião, o melhor jogador que eu vi jogar hóquei em patins, mas que eu não sabia que nascera alentejano.
António Livramento nasceu aqui bem perto de Oriola, em São Manços, no último dia do mês de fevereiro de 1943, cedo despertou para o desporto, como quase todos os miúdos começou pelo futebol, Torcato Ferreira achou que ele tinha jeito para o hóquei, Livramento não achou muita piada, mas depois de muita insistência o pontapé na bola ficou para segundo plano.
No ano em que eu nasci (1959) foi contratado pelo Benfica, cedo chegou à equipa principal e à seleção nacional, permaneceu nos encarnados até 1970, fez uma temporada no Monza, que não lhe correu bem, regressou ao Benfica onde se manteve até 1974, altura em que foi para a equipa do Banco Pinto & Sotto Mayor, onde ele era empregado, pois na altura a modalidade era amadora.
Em 1976 ingressa no Sporting, conseguindo um título que faltava ao hóquei nacional, a Taça dos campeões Europeus, faz de novo uma passagem por Itália, jogando uma época no Lodi, regressa ao Sporting onde termina a carreira em 1980, mas não abandonando a modalidade, pois passa a ser treinador orientando o Sporting, Bassano, FC Porto e a seleção nacional.
Ao longo deste percurso brilhante venceu, como jogador, 3 Mundiais, 7 Europeus, 9 Nacionais, 2 Taças de Portugal e 1 Taça dos Campeões Europeus, enquanto que como treinador conquistou 2 Mundiais, 3 Europeus, 1 Taça das Taças, 1 Taça CERS, 3 Nacionais e 2 Taças de Portugal.
Deixou-nos muito cedo – aos 56 anos – mas quem o viu jogar, numa altura em que a modalidade era, por cá, tão relevante como o futebol, nunca mais deixou de gostar de hóquei em patins.
Está na altura de receber a minha equipa, sendo que nenhum deles teve o privilégio de o ver jogar.
“Bom dia Avô”.
“Bom dia juventude, como correu o resto da semana?”.
“Boa, o calor baixou de intensidade”, justificou o AMAGADINHO.
“Não esteve muito vento”, explicou o PIPOCA.
“Não choveu”, constatou o PANCHITO.
“E a terra não tremeu”, garantiu a LARANJINHA.
“Mas vocês estiveram a ensaiar isto?”.
“Pois foi”, confirmaram os quatro com uma sonora gargalhada.
“Os meninos e a menina estão a ficar muito malandrecos”, brinquei eu. “Deixemos a paródia de parte e vamos lá aos nossos palpites para a derradeira jornada da Liga do Avô, sendo que posso começar já eu, mas antes deixem-me falar do jogo 2 da final da Quarteirona, a rapaziada de Oliveira do Hospital venceu o jogo 2 frente à malta de Ponte de Lima, conquistando o caneco e fazendo a festa em casa, já os meus palpites para esta semana são da Terceirona, Termas – FC Porto B (3-5) e Os Tigres – Infante Sagres (5-2). Já que falei desta prova, vamos às apostas do PANCHITO, ele que precisa de 4 pontos para não depender das dos seus amigos”.
“Verdade Avô, mas estou muito confiante, calhou-me o CRIAR-T – OC Barcelos B (6-5) e o Vilafranquense – Sesimbra (3-4)”, terminou o PANCHITO.
“Na Segundona vamos ter os dois últimos jogos da época, Turquel – Carvalhos (4-2) e Póvoa – Parede (2-2)”, fechou o PIPOCA.
“Na minha Feminona ainda temos mais umas jornadas, mas o jogo 1 das meias-finais só se joga no Dia de Portugal”.
“Ainda bem que falas nisso, como é feriado, vamos reunir-nos depois de almoço, pelo que a classificação final da Liga do Avô fica para o próximo sábado, para criar mais suspense”.
“Por mim tudo bem, vou arriscar tudo, com o Turquel – Sanjoanense (1-1) e Benfica – Escola Livre (7-1)”, concluiu a LARANJINHA com um grande sorriso.
“Só falto eu, depois dos jogos a meio da semana, Sporting e OC Barcelos estão em vantagem, pelo que podemos ter finalistas encontrados no domingo, já os meus palpites são FC Porto – Sporting (3-2) e OC Barcelos – Benfica (1-3), finalizou o AMAGADINHO.
“Só falta a ementa para hoje em Oriola”, revelou a LARANJINHA.
“Vamos a isso, a Princesa vai fazer um pato com arroz, alho e coentros, mas atenção, não é um arroz de pato”.
“Essa agora não percebi”.
“Eu explico, o pato é cozido, depois vai ao forno, barrado em alho e coentros, em cima de uma cama de arroz”.
“Parece-nos uma excelente ideia”, confirmaram os quatro.
“Pois é, mas quando escolhermos a ementa para o fim de semana, temos que ter um consenso”.
“Acho que precisávamos de três refeições, de faca e garfo, nos dois dias”, brincou a LARANJINHA.
“Ou mais dias”, riu-se o AMAGADINHO.
“Deixemos, para já, o estômago em descanso, pois está na hora de irmos repousar o corpo, até terça”.
“Adeus Avô”.
Percebi que eles começaram a escolher a ementa para a visita a Oriola.

Não sei patinar, nunca fui treinador, mas passei muitas horas no banco, como seccionista, ou delegado, se preferirem, pelo que hoje chegou o meu dia, o do melhor Pé Esquerdo do Ribatejo estar no FORA DO BANCO.
Nome Completo: Jorge Manuel Lopes Paulino
Clube atual: Casados
Idade: 65 anos
Local de Nascimento: Lisboa, na MAC, não, não é um portátil da Apple, mas sim a Maternidade Alfredo da Costa
Prato preferido: Cozido à Portuguesa
Melhor local para viver: Oriola
Livro que está na mesa de cabeceira: Na mesa de cabeceira está a máquina da apneia do sono, mas aqui ao lado tenho O Herdeiro de Monsaraz, da autoria de Diana Vieira.
O filme que já viu mais do que uma vez: O Rochedo, filme realizado por Michael Bay (1996), com Nicholas Cage e Sean Connery
Jogou hóquei em patins? Se sim, em que clube(es): Não, mas joguei futebol no Alhandra Sporting Club (13 anos) e uma época, a última, na Associação Desportiva do Carregado, além de andebol no Futebol Clube de Alverca (5 anos) e uma carrada deles no Inatel por várias equipas
Como/quando chegou a opção de ser treinador: Fui muitas vezes no futebol de salão, atual futsal sem tabelas, mas fiz uma pequena incursão no futebol (1989) nos juvenis do Alhandra, interrompida por motivos profissionais
Clubes/seleções que já treinou: Já respondi…, bem…, quem foi que inventou este questionário?
Mais fácil treinar equipas da formação ou seniores: Os dois
Quanto tempo demora a preparar o próximo jogo da sua equipa: Eu era muito bom… uma hora antes do jogo começar
Se pudesse, que regra alteraria no hóquei em patins: Alterava o número de faltas, com direito a livre direto, para cinco em cada parte, como acontece no futsal
Maior tristeza como treinador: Não ter sido campeão no Torneio de Lisboa da Caixa Geral de Depósitos de futebol de salão
E, claro, a maior alegria: Campeão Nacional de Infantis (2004/05) pelo Sporting Clube de Portugal, final a quatro no Entroncamento… um verdadeiro fenómeno
Para terminar, o que mais o irrita durante um jogo: Jogadores batoteiros, em qualquer modalidade.

(10/06/2025) Escrever a 10 de junho não me deixa outra alternativa senão falar de Luís Vaz de Camões, ele que terá morrido há 445 anos, apesar de não existirem certezas absolutas, da mesma forma de que não se conhece a data do seu nascimento, sabendo-se que foi em 1524.
Mas para tentar ter alguma originalidade, fui à procura de outros acontecimentos coincidentes com o Dia de Portugal, como por exemplo a primeira regata Oxford – Cambridge que ocorreu há 196 anos, uma prova desportiva que decorre em Londres, no rio Tamisa, uma grande rivalidade entre duas universidades britânicas.
Regressando ao meu ano de nascimento, há 66 anos nasceu em Reggiolo, Itália, Carlo Ancelotti, foi jogador de futebol, sempre no seu país, mas é como treinador que se destaca, sendo que há poucas semanas é o treinador da seleção do Brasil, sendo o técnico que mais títulos conseguiu (5) da Liga dos Campeões.
Continuando nas quatro linhas, há 26 anos nasceram, em Almada, Rafael Leão, internacional português que atualmente representa o Milan, e em Curitiba, Bento Krepski, guarda-redes internacional brasileiro, que atualmente defende a baliza dos sauditas do Al-Nassr.
Para fechar este capítulo sobre o Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades Portuguesas, descobri que há 99 anos morreu, em Barcelona, Antoni Gaudí, famoso arquiteto catalão e figura de ponta do modernismo catalão, as suas obras revelam um estilo único e individual e estão na sua maioria na cidade onde faleceu, sendo a sua obra-prima a inacabada Sagrada Família, um dos monumentos mais visitados de Espanha, templo católico que começou a ser construído há 143 anos.
“Boa tarde Avô”.
“Boa tarde juventude, até me assustaram, estava aqui tão concentrado com o 10 de junho, que nem dei por vocês chegarem”.
“Nós também gostamos muito deste dia, principalmente quando não calha ao fim de semana”, afirmaram os quatro com uma enorme gargalhada.
“Claro, eu percebo, um dia em que não há aulas. Não vamos perder tempo, avançando de imediato para a nossa agenda, num dia em que a LARANJINHA não tem trabalho”, brinquei eu.
“Pois é, as meias-finais da Feminona arrancam logo às 5 da tarde, pelo que resultados só para a semana”, rematou ela.
“Eu estava a gozar, mas esta temporada eu é que já estou despachado, pois a minha Quarteirona já foi… bem, vamos lá fechar a Segundona para dar férias ao PIPOCA”.
“Muita emoção nos últimos dois jogos, uma verdadeira montanha russa, no apuramento de campeão voltámos a ter um empate, desta vez em Turquel, pelo que foram as grandes penalidades a decidir, com a festa a fazer-se na Aldeia do Hóquei, já na 2ª mão da promoção, o Parede tinha um golo de vantagem, os poveiros conseguiram o mesmo, no tempo regulamentar e no prolongamento, pelo que, também aqui foram os penáltis a resolver a questão, colocando o Póvoa na Primeirona para a próxima época”, concluiu ele.
“Mais equilíbrio era impossível, que frenesim, mas não foi diferente em Barcelos e no Porto”.
“Pois não, também foram precisas grandes penalidades no Dragão, o que ainda não tinha acontecido nesta eliminatória, voltou a prevalecer o fator casa, pelo que vamos ter a negra logo à tarde, já no Minho, o jogo foi muito louco, mas os barcelenses conseguiram adiantarem-se na parte final, garantido, pela primeira vez na sua história a presença na final da prova”, finalizou o AMAGADINHO.
“Uma temporada sensacional para o OC Barcelos, que, recordo, foi campeão europeu”.
“Sem dúvida, já na Terceirona temos seis jornadas para apurar o campeão e as duas equipas que sobem de divisão…”.
“Deixa-me interromper-te, para a semana o PIPOCA vai dar-te uma ajuda, ficando com a fase de promoção, pode ser?”.
“Ainda há pouco disseste que eu ia de férias?”, riu-se ele. “Estou a brincar, claro que sim”.
“Obrigado pela ajuda, para já na 1ª jornada quem jogou em casa venceu, exceção para o Vilafranquense que empatou no seu pavilhão com o Sesimbra”, terminou o PANCHITO.
“Antes de fecharmos, deixem-me dar-vos uma novidade, o ficheiro de excel da Liga do Avô, tinha um erro, ou seja, não somou os pontos de alguns dos últimos jogos, pelo que o suspense para a sábado aumenta”, ri-me eu.
“Isso já me cheira a trafulhice”, afirmaram eles em uníssono.
“Nada disso, fiquem descansados que eu não ganho, vão lá aproveitar o que falta deste feriado”.
“Adeus Avô, até sábado”.
Eles ficaram a combinar o que fazer na tarde do Dia de Portugal, provavelmente irem ver um jogo de hóquei em patins.

Considerando que A SACADA só percorre os cinquenta minutos de tempo útil, com a época a terminar, eles vão sendo cada vez menos, sendo que desta vez ela aconteceu na Catedral de Barcelos, dez golos marcados, com destaque para Pedro Henriques (5), guarda-redes do Benfica.
Mas já está alguém aqui a dizer que os encarnados sofreram seis golos.
Verdade, mas o último foi sem ninguém na baliza.

Na terra da Sopa da Pedra – que boa que ela é – tivemos a PENÚRIA desta semana, apenas um golo no arranque pelo título da Terceirona, com destaque para o jovem Igor Alves, que manteve a baliza em branco, defendendo um livre direto, e para Frederico Freddy Neves que marcou o único da noite, dois atletas da equipa de Almeirim.

Num fim de semana onde muita gente ficou com pele de galinha, no Pavilhão Fernando Linhares de Castro tivemos um jogo eletrizante, José Campos (CD Póvoa), no tempo regulamentar, marcou de penálti, repetiu a dose, e da mesma forma, no prolongamento, marcando mais um no desempate por grandes penalidades, por isso, siga O VELHO desta semana para o Ziga, que contribui de forma decisiva para a subida da sua equipa, uma excelente maneira que ele encontrou para arrumar os patins e o aléu.