Dança no Minho às Escuras


(26/04/2025) Depois de duas semanas de ausência, estou de regresso para continuar a escrever as minhas palermices, ficando já o aviso que até ao verão ninguém me cala.

Durante este espaço de descanso, duas provas marcaram o meu calendário, sendo que vou começar por aquela que se realizou longe de mim, a 2ª edição do Europeu de sub-23 que decorreu em Sant Sadurní d’Anoia, na província de Barcelona.

Nunca é fácil vencer uma prova onde está a seleção espanhola, ainda por cima no seu terreno, mas estes miúdos estiveram em grande plano, com destaque para Lucas Honório, que na minha estreia no Inter-Regiões em Ponta Delgada (2016), ele era o jogador mais jovem da prova, a quem muitas vezes chamei de Luquinhas.

A segunda foi, obviamente, a prova que decorreu em Vila Praia de Âncora, o décimo Inter-Regiões que narrei, entre masculinos e femininos, onde tenho que realçar, para ser justo, a excelente organização local encabeçada pelo Joaquim Caçador, uma equipa extraordinária que fez com que a maratona de 30 jogos consecutivos, parecesse uma tarde de trabalho bem passada.

Se eu tivesse oportunidade para opinar na escolha de cada ano – apesar de ter que fazer mais de mil quilómetros para ir e vir – para mim podia ser sempre nesta simpática vila minhota.

A juventude está a chegar, ela que, certamente, vai querer saber como correu a prova.

“Bom dia Avô”.

“Muito bom dia, já tinha saudades vossas”.

“Também nós, apesar de te termos visto muitas vezes na excelente transmissão da FPP TV”, afirmou a LARANJINHA.

“Acredito que tenhas regressado a Oriola bem cansado”, referiu o PIPOCA.

“Claro que sim, o Ricardo veio a conduzir, eu aninhei-me no banco de trás e dormi até Alverca”.

“Além da voz já estar muito afetada, ter que subir e descer aquela bancada para as entrevistas deixa mossa”, brincou o AMAGADINHO.

“Podes ter a certeza que sim, cada jogo que terminava, parecia que o número de degraus aumentava”, brinquei eu.

“E desportivamente, o que achaste do Inter-Regiões?”, perguntou-me o PANCHITO.

“Foi bem disputado, apenas os Açores apresentaram uma equipa menos forte, pelos motivos sobejamente conhecidos, mas pareceu-me que a vitória de Aveiro foi justa, destacando também a Madeira, a única seleção que marcou dois golos à seleção vencedora, no jogo das meias-finais, conseguindo um brilhante 4º lugar”.

“Nos últimos quatro anos repetiu-se um Lisboa – Aveiro na final”, referiu a LARANJINHA.

“Reflexo do bom trabalho das duas Associações, vamos ver se em 2026 vão desempatar, pois cada uma venceu duas vezes. Encerrado o capítulo Vila Praia de Âncora, está mesmo na altura das nossas apostas para esta semana, onde vamos ter menos jogos, dado que ontem se realizaram muitos. Quem quer começar?”.

“Posso ser eu”, avançou o PIPOCA. “Este semana calhou-me o Paredes – Cambra (4-3) e o Alcobacense – Salesiana (5-4)”, terminou ele.

“Chegam agora os meus palpites, Plegamans – Benfica (2-2) e Escola Livre – Tojal (5-3)”, concluiu a LARANJINHA.

“Não te esqueças que o jogo das meias-finais da Liga dos Campeões feminina, vai até ao prolongamento”.

“Sim, eu sei, estou com fé que as encarnadas ganham nos penáltis”, riu-se ela.

“Vou aproveitar esta interrupção para avançar eu, neste fim de semana de apuramento dos dois melhores terceiros classificados de sub-23, que se vai realizar na Ventosa do Bairro, arrisco no Stuart Massamá – Lavra (2-4) e Cambra – Stuart Massamá (4-3)”.

“Na Primeirona temos tido jogos quase todos os dias…”, brincou o AMAGADINHO “…, mas nos da jornada de amanhã a sorte – que não quer nada comigo – entregou-me o FC Porto – Sporting (3-3) e Oliveirense – OC Barcelos (2-5)” fechou ele com uma sonora gargalhada.

“Sempre a queixar-se este jovem, já eu fiquei com Vila Praia – Paredes B (7-3) e CP Beja – Santiago (3-4), finalizou o PANCHITO.

“Coincidências, um jogo onde eu estive há dias e outro entre equipas alentejanas, coisas do sorteio”.

“Só falta saber o que é o almoço hoje”, afirmou a LARANJINHA com um enorme sorriso.

“Nunca te esqueces, miúda. Vou fazer uma carne de porco à alentejana, que já não como há umas semanas”.

“Não te esqueças que esse tem que estar na ementa do final de época”, exigiu o PIPOCA.

“Claro que sim, mais perto falamos disso”.

“Combinado, adeus Avô”.

“Portem-se bem, terça-feira voltamos a falar”.

Eles saíram rapidamente da minha vista e eu fui fazer o almoço.

Hoje é caso para dizer que se não fosse o filho, não estaria no FORA DO BANCO desta semana.

Nome Completo: Rui Pedro Magalhães Trindade

Clube atual: Grupo Desportivo Fabril

Idade: 49 anos

Local de Nascimento: Alhos Vedros

Prato preferido: Peixe assado

Melhor local para viver: Campo

Livro que está na mesa de cabeceira: Não leio livros

O filme que já viu mais do que uma vez: Top Gun

Jogou hóquei em patins? Se sim, em que clube(es): Sim, Quimigal, atual Fabril

Como/quando chegou a opção de ser treinador: Tirei o curso há 10 anos e começou por uma brincadeira quando o meu filho quis experimentar a modalidade

Clubes/seleções que já treinou: Só treinei o GD Fabril

Mais fácil treinar equipas da formação ou seniores: Ambas tem as suas dificuldades e tudo depende da capacidade de adquirir os conhecimentos/técnicas e táticas que tentamos transmitir, mas na formação às vezes pode tornar-se mais complicado devido às idades

Quanto tempo demora a preparar o próximo jogo da sua equipa: Depende da disponibilidade e dos objetivos que se pretende para “aquele” escalão, mas assim que termina a jornada tento preparar a próxima durante a semana

Se pudesse, que regra alteraria no hóquei em patins: Não sei, não sei se o problema está nas regras ou nos comportamentos dentro de campo entre as três equipas, a equipa que compromete mais acho que é a de arbitragem 

Maior tristeza como treinador: Abandono precoce da modalidade por parte dos miúdos 

E, claro, a maior alegria: Ver os miúdos a alcançar os objetivos deles, individualmente e coletivamente

Para terminar, o que mais o irrita durante um jogo: Árbitros sem capacidade de dirigir os jogos. 

(29/04/2025) Se pensam que só trago aqui assuntos que domino, não é verdade, basta ver que nem sei patinar, mas gasto carradas de carateres e carateres a falar de uma modalidade que decorre em cima de quatro rodas.

Hoje celebra-se um dia que posso equiparar ao que referi, o Dia Mundial da Dança, outra arte que não domino – será que domino alguma? – mas que tem muitas semelhanças com a arte da patinagem, pois os movimentos efetuados, sem ser os da patinagem artística, são gestos de bailado com o aléu e a bola a atrapalharem os movimentos.

Esta data foi criada em 1982 pelo Comité Internacional da Dança da UNESCO, que teve por base o dia do nascimento de Jean-Georges Noverre, ele que nasceu em 1727 e que foi um dos grandes nomes mundiais da dança.

A celebração deste dia tem como objetivo celebrar esta arte e mostrar a sua universalidade, independentemente das barreiras políticas, culturais e éticas, onde são diversas as atividades desenvolvidas por associações, escolas e outras entidades ligadas à dança, para promover esta arte que é vista como linguagem universal, promotora de ideais como a liberdade de expressão e a igualdade de direitos.

Já sem idade para aprender a dançar ou patinar, parece-me uma boa altura para acolher os meus jovens.

“Boa noite juventude”.

“Boa noite Avô, felizmente a energia elétrica já regressou”, exclamaram os quatro.

“Verdade, se fosse hoje esta a Crónica ficava pendurada”, ri-me eu. “Como foi o vosso dia de apagão?”.

“Ontem não tinha aulas de tarde, por isso aproveitei para ler um livro”, referiu a LARANJINHA.

“Nós não tivemos aulas por causa da falta de luz, por isso aproveitámos para estudar”, explicaram o PIPOCA e PANCHITO.

“Comigo aconteceu o mesmo, não era que me apetecesse muito pegar nos livros, mas sem internet não tive solução”, brincou o AMAGADINHO.

“Mas agora que o problema parece estar ultrapassado, depois das férias pascais e um fim de semana alargado, está na altura de regressarmos ao trabalho”.

“Vamos a isso, apesar de na quinta-feira termos o Dia do Trabalhador”, brincou a LARANJINHA. “Se não te importas vou já começar eu, tivemos a final a quatro da Liga dos Campeões, o Benfica perdeu nas meias-finais com o Plegamans, equipa espanhola que derrotou na final as compatriotas do Telecable e venceu a prova, já na Feminona tivemos apenas três jogos, com a Escola Livre a ganhar vantagem sobre as miúdas do Tojal, na luta pelo 4º lugar”, terminou ela.

“Na Primeirona tivemos uma espécie de jornada dupla, sendo que no domingo tivemos a penúltima jornada da fase regular, o líder Sporting empatou no Dragão e foi ultrapassado pelo Benfica, Juventude Viana e Candelária juntaram-se ao Murches na despromoção, já na luta pelos dois lugares de acesso aos quartos de final ainda em aberto, Sporting Tomar e Valongo estão bem colocados, mas as contas estão longe de estar arrumadas”, finalizou o AMAGADINHO.

“Só falta a tua meia-dúzia”.

“Verdade, já me esquecia, o Murches está no 1º lugar (8 pontos), 2ª posição para o Candelária (22), seguem-se Juventude Viana, HC Braga e Valongo, todos com 25 pontos, no 6º lugar está o Riba d’Ave (29), agora que só falta uma jornada desta fase”.

“Também na Terceirona o Dia da Liberdade foi aproveitado para se jogar, praticamente tivemos duas jornadas nestes últimos dias, sendo que os líderes nas quatro séries são o FC Porto B, Infante Sagres, Os Tigres e CRIAR-T, havendo a curiosidade de perceber se Académico (A) e HC Portimão (D) vão conseguir pontuar nesta prova”, concluiu o PANCHITO.

“A Segundona não alinhou em feriados, mas o Turquel, a Sul, está muito perto da subida, apesar de ter perdido frente aos bês do Sporting, o Parede bateu o Alenquer e está na frente na luta pelo lugar de liguilha, já a Norte, o Póvoa empatou em casa, o Carvalhos, que está na frente, joga esta noite, mas a três jornadas do fim tudo se vai decidir entre estas duas equipas”, explicou o PIPOCA.

“Na minha Quarteirona tivemos três segundos classificados à procura de dois lugares, Stuart Massamá e Cambra foram os mais fortes e classificaram-se para os quartos de final da competição que começa a 1 de maio, já na Liga do Avô o PANCHITO continua na frente (48 pontos), no 2º lugar está a LARANJINHA (43), o AMAGADINHO (40) subiu ao pódio, depois de ter acertado no resultado do Clássico, o PIPOCA tem 38 pontos e eu não largo o último por nada (20)”, ri-me eu com gosto.

“Deixa, não te aborreças, mas também não te vamos dar os parabéns, porque dá azar antecipar os festejos, mas sabemos que amanhã o Avô e a Princesa fazem 36 anos de ajuntamento”, afirmaram eles em simultâneo e com uma grande algazarra.

“Verdade, três dúzias de anos é muito tempo, mas, felizmente, continuamos a ser muito felizes”.

“Isso é que é falar, até sábado”.

“Adeus juventude”.

Esta rapaziada não deixa passar nada.

A SACADA desta semana tem uma curiosidade bem interessante, ela ocorreu no Casablanca, dezoito golos marcados, com destaque para Gonçalo Henriques (7) e Nuno Emídio (3), guarda-redes da equipa B do Benfica, mas na 1ª volta o resultado foi exatamente o mesmo (10-8), com a festa a ser feita pelos encarnados.

A PENÚRIA desta semana chocou com uma igualdade a um golo, jogo que decorreu no Pavilhão Fernando Linhares de Castro, onde merecem destaque os guarda-redes Rodolfo Sobral (Póvoa) e Rafa Nogueira (Sobreira) que anularam dois lances de bola parada, além de Luís Melo (Póvoa) e Tiago Pimenta (Sobreira) que conseguiram acertar com as redes, pelo lado interior.

Na final da Liga dos Campeões feminina, Laura Puigdueta, capitã do Plegamans, foi a autora do único golo do jogo, o clube catalão fez a festa em casa, com a Laura a ficar com O VELHO desta semana.

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